4.1.06

por Walker Cubano


Dance um samba comigo






Dance um samba comigo
Pra eu não chorar
Dance um samba comigo
Pra eu não morrer de amor, pra eu não chorar
Dance comigo até amanhã de manhã, cedinho
Chega, fica, bebe mais um pouco, até amanhã
Diz nada não, olha pra mim, dance um samba comigo
Fale de amor como só você sabe, fale de nós
Dance um samba comigo, o samba de adeus
Chega perto, acende o cigarro, pega o copo
Liga o som, bota o disco de cartola, dance o sentimento
Para de mentir, você não é assim, apaga a luz
Tome mais um café, pare de ler esse livro, dance o samba
Curta o inverno, me dê um abraço, depois me acolha nos seus braços
Dance um samba comigo
Fale bobagens, deixa a porta bater, esqueça o rádio ligado
Pra que esse medo, lembre daquela música
Pare de fazer planos, você não é assim
As lembranças de outrora, acabaram, rasgue aquele bilhete
Dance um samba comigo
Peça a Deus compaixão, eu te perdôo
Leia a bula, abra a janela, desliga o som
Insista não, pra eu não chorar
Faz como ontem, não me esqueça hoje cedo
Vá, mas não deixe uma carta
Dance, vem ver
Dance um samba comigo

Fabiano Augusto e a Personalidade Histriônica


Uma possível tese para psicólogos do divã sem futuro

Dedicado a todos aqueles que sofrem desse mal e que, por falta de semancol, ainda não buscaram tratamento.

por . g

Já reparou na propaganda das Casas Bahia? Mas, reparou mesmo? Sentou, “colou a bunda no sofá” e, meditativamente, prestou atenção às caras, bocas e esgares do garoto-propaganda da loja? Então, você há de concordar que o rapaz é um bocadinho “impressionista” em seu modo de exaltar as ofertas a serem propagandeadas, certo?

Pois bem... O fato é que andei questionando os possíveis motivos para um rapaz executar gestos tão efusivos, falar tão alto, rasgar papel e empurrar figurantes que interpretam consumidores e funcionários. O mais claro seria pensar que ele foi orientado pelo(s) diretor(es) a agir de tal forma, para chamar a atenção dos consumospectadores (Joyce deve estar se revirando no túmulo depois dessa).

Decidi desconsiderar essa possibilidade devido à ululante obviedade da mesma: a propaganda é incômoda demais pra quem presta atenção nela. E foi desse incômodo que surgiu minha iniciativa de encontrar explicações para o caso de Fabiano Augusto (sim, esse é o nome dele; nome de protagonista de novela mexicana).

Resolvi buscar em outras fontes – não me pergunte quais – o porquê da atitude do nosso garoto-(anti)-propaganda em questão. Primeiro, comecei a “trabalhar” na possibilidade (ainda muito óbvia) de o cara ser um drogalito. Perdão pela palavra “drogalito”, que só delegado usa. Parece até termo de geologia ou astronomia...

Mas, voltando ao que dizia: minha outra idéia era que ele poderia estar usando drogas antes das gravações (como os bluesmen o faziam com a heroína, os regueiros e os atores de teatro com a maconha e os músicos eruditos com os beta-bloqueadores). No caso de Fabiano, só poderiam ser drogas estimulantes: heroína, cocaína, Ritalina etc. Por que toda droga estimulante tem “ina” como sufixo? Só não sei sobre a creolina e a Carolina. Ao menos, a Carolina que eu conheço é uma dro... mas, bem, não fujamos do tema. Seria irreal pensar que o rapaz estaria usando drogas pra fazer propaganda das Casas Bahia. Qual o apelo dramático que uma propaganda dessas exige de um ator a ponto de ele necessitar de substâncias psicotrópicas para se desinibir?

Tente compará-lo, por exemplo, com o nosso, suportável, Pereira da Insinuante. Perto dele, Pereira torna-se mais querido que o saudoso pero, no mucho, gambá da Parmalat (tomou? digo, lembrou?).

E, o que dizer sobre aquela anta insolente que, de uns tempos pra cá, vem dividindo as propagandas com Fabiano Augusto? Ela, ao menos, não tem obtido êxito algum em tentar imitá-lo. Mantém-se no papel de sombra, a pobre moça.

***

Cheguemos, portanto, sem mais delongas, ao – como diria um analista, amigo meu – ponto de Fabiano:

Personalidade Histriônica. Esse é o nome do real problema do rapaz. Trata-se de um transtorno de personalidade patológica.

São essas, algumas características do histriônico:
Expressa as emoções com exagero inadequado, como ardor excessivo no trato com desconhecidos, acessos de raiva incontrolável, choro convulsivo em situações de pouco importância.
Sente-se desconfortável nas situações onde não é o centro das atenções.
Busca freqüentemente elogios, aprovações e reafirmações dos outros em relação ao que faz ou pensa.
Mas, a característica principal é a tendência a ser dramático e buscar as atenções para si mesmo.
Veja só a típica auto-descrição de um histriônico, nesse caso, Alex Gezzle (dono de uma comunidade do orkut sobre o problema):
“Dizem que sou excessivamente emocional, estou freqüentemente em busca de atenção, e que me sinto desconfortável ou desconsiderado quando não sou o centro das atenções, requisitando sempre o papel de "dono da festa". (...) Tenho um estilo de discurso excessivamente impressionista, dramático, teatral e exageradamente emocional. (...) Mas, após toda essa descrição, estou convicto. NÃO SOU HISTRIÔNICO!”.
***
Existem muitos histriônicos por aí, inclusive, em nosso convívio. Eles estão por todo lugar. Fabiano Augusto é, apenas, um pequeno exemplo dentre tantos outros. Você, inclusive, pode conhecer um... ou ser um.

“E aí? Quer pagar quanto? Quer pagar quanto? Hein, hein?” (Fabiano Augusto)

Informações adicionais:
Fabiano Augusto já foi apresentador de um programa na TV Cultura, “Turma da Cultura”.
Há, no orkut, por volta de 200 comunidades relacionadas a ele e/ou às Casas Bahia (na maioria, em repúdio).
Há quem diga que está “confirmado com a Band que ele irá fazer um programa diário [sic] na emissora”. Segundo essa fonte, “os executivos dizem que buscavam um grande humorista de talento [sic] para aumentar a audiência”.
Para refletir durante a semana: Por que na Bahia não tem Casas Bahia?

Wel Come Quem?

Bem vindo! Bem vindo? Será mesmo? Permanece a dúvida...


Este blogue é neo-barroco por natureza, com leves toques de pós-iconoclastia zen-budista. Este espaço preza por pessoas eruditas, então, se você não é pós-doutorado, graduado em Guadalajara, ou passou férias na Riviera Francesa, você não será capaz de distinguir o que está a ser exposto. Odiamos gerundismo, então, se você é secretária, atendente de telemarketing, ou recepcionista, não se dê ao trabalho de abrir esta página. Adoramos telenovela e acreditamos numa revolução baseada nos pensamentos de Glória Perez. Soy loco por ti, América, soy loco por ti de amores! Que é música? Ruído? Surdez premeditada? Calem-se os decibéis! Pegue sua tesoura e corte os acordes. Críticas? Mamãe me ensinou que críticas, só as elogiosas. Licença poética é o que não vai faltar. Odiamos roupa. O algodão nasce para ficar exposto no seu pé e vovô, alguns anos atrás, me indagou: “O que pesa mais: um quilo de chumbo, ou um quilo de algodão?” Quem nasceu primeiro? O ovo ou a galinha? Não estamos aqui para dar respostas, mas para lhe encher de questionamentos. Qualquer dúvida consulte o Aurélio, afinal, o dicionário nunca deixou de ser o pai-dos-burros.








“Não estamos aqui para explicar. Estamos aqui para confundir".
(Chacrinha, psicocitado por Tom Zé)





E ainda com muitas coisas a dizer, mas que ainda estão por vir, assinamos abaixo:


Walker Cubano


.g


Artista? Quem?

por Artista?Quem?


TÍTULO: João Ninguém
Para ser visto ao som de: B-Negão e Seletores de Freqüência - Dança do Patinho,
ou Seu Jorge - Chatterton,
ou Nação Zumbi - Propaganda.